Bacanal Aéreo

Os constantes atrasos nos vôos dos aeroportos brasileiros têm se transformado numa rotina. Aliás, este problema, juntamente com a violência e corrupção, são matérias obrigatórias nas pautas de todos os noticiários diários. O que diferencia as matérias, são as narrativas obtidas pelos passageiros que são vítimas do descaso aéreo.

Uns estão a passeio, outros estão a trabalho, outros por motivos de saúde, contudo, independentemente do destino a ser seguido, ou a origem da viajem, todos são submetidos ao mesmo tratamento, parecendo na realidade ratos de laboratórios, cujos cientistas ficam analisando as diversas reações sofridas por suas cobaias.

Os responsáveis não sabem explicar os motivos do caos, muito menos qual a solução para o problema, tornando a imputação ora para o órgão que administra os aeroportos, ora para o departamento de aviação, ora para as empresas aéreas, ora para os controladores de vôo.

O curioso, é que antes da tragédia do vôo 1907 da Gol, nada disso acontecia, a rotina dos aeroportos era plenamente normal, lógico que existiam atrasos, mas essa exceção era evitada pelas empresas, e quando aconteciam, automaticamente aqueles passageiros eram acomodados em uma sala VIP, providenciado alimentação, e muitas vezes hospedagem.

Como não poderia ser diferente, a solução para os problemas parece estar longe de um fim, muitos “ratos” ainda serão sacrificados até que se diagnostique o problema, enquanto isso, os “cientistas” continuarão relaxando e gozando das pobres cobaias.

Foi-se o tempo que a maior preocupação dos passageiros era o trânsito encontrado nas cidades para poder chegar no horário certo para o embarque, foi-se tempo que era pesadelo ter sua bagagem extraviada. Nos dias de hoje, o passageiro vive o pesadelo jogado nos saguões e sonha deitado sobre suas bagagens.

Mercenária Fé

É incrível o poder da Fé! A Fé move montanhas, traz a cura, conforta corações e para algumas pessoas também é o caminho para a riqueza.

A riqueza a qual me refiro não tem nada haver com a espiritualidade, e sim fortuna propriamente dita: dinheiro, bens móveis, imóveis e jóias.

Realmente existem coisas que o dinheiro não compra, contudo, ele também é usado como avaliação de Fé, igrejas no País inteiro pregam isso descaradamente, induzem seus fiéis a doarem quantias como prova de sua crença, e prometem que quanto maior for sua generosidade, maior será a generosidade da divindade.

Anos atrás a igreja católica era a maior exploradora desse ramo tão lucrativo, atualmente as igrejas evangélicas fazem uma concorrência quase que desleal a este nebuloso mercado da religião. A católica sempre esteve diretamente ligada a cultura, as obras de artes, e sobretudo a revelações de artistas que escreveram seu nome na história da humanidade.

Em tempos atrás, a igreja católica formava praticamente um cartel, e com sua arrecadação construía majestosos templos, com arquiteturas esplendorosas os quais são pontos turísticos em diversos lugares de todo o globo terrestre.

A igreja católica sempre fez questão de ostentar, e essa conduta faz que até mesmo um ateu tenha vontade de apreciar suas obras, sejam elas edifícios, pinturas ou suas esculturas de imagens santificadas.

Ao explorar este ramo, as igrejas evangélicas são muito mais praticas, não veneram imagens, os Pastores não juram celibato e castidade, e seus templos são montados em qualquer ex-lava rápido, já que qualquer terreno baldio é um potencial santuário.

São tão práticos, que para melhor atender os seus Fiéis, até mesmo já instalaram maquinas de cartão de débito/crédito para arrecadar o dízimo, e quiçá também parcelem os mesmos em cinco parcelas iguais, ou a juros módicos.

É incrível a rentabilidade dessas organizações, pois dominam não só programas de rádio, como também a própria televisão, invadindo a sua casa com um simples toque de um botão, e pregam que se ousar mudar de canal sem telefonar para o 0300, sua família será visitada por espíritos maléficos.

Mas vejam bem, pecar é ato inerente do ser humano, pois até os imaculados “Casal Hernandes” da Igreja Renascer, estão sujeitos a isso, tanto assim que eles mesmos já se confessaram. O detalhe é que a confissão não fora dirigida a nenhum ente religioso, mas sim para a Justiça do Homens, na medida em que admitem nas páginas policiais a pratica de delitos.

Este é um raro exemplo de punição, muito provavelmente porque essa sanção fora determinada fora do Brasil, porque aqui, Pastores, Bispos e Obreiros não se contentam em apenas esbulhar os bolsos alheios sem qualquer tipo de tributação, pois além de louvarem um ser maior, ainda ingressam na política, ganham o título de Excelências e consequentemente imunidades que nem o próprio Jesus Cristo em vida sonhou em desfrutar.