Sonho Grunge

Após longos 14 anos, realizei o sonho de quase uma vida, finalmente assisti a um show do Pearl Jam, alias, um não, dois!!

Toda adolescência é acompanhada de várias descobertas, angustias, excitações, conquistas e decepções. Pois bem, na grande maioria dessas sensações sempre tive um fundo musical, igual aos filmes, e sempre ao som do PJ. As vezes acho que nossas histórias se confundem, pois não sei ao certo se fui eu quem acompanhei a trajetória deles, ou se foram eles que acompanharam a minha.

Lembro bem a forma como vibrava toda vez que ouvia os rumores de o lançamento de um novo álbum, ou como sofria ante a rumores de possível separação da banda, ocasiões estas que me lamentava profundamente sobre a frustração de não poder vê-los pessoalmente.

Participei de todas a promoções de rádios que prometiam levar o ouvinte a assistir um show fora do país, porem nunca figurei como felizardo.

Todos os anos sempre ouvia os boatos que eles viriam ao Brasil, mas isso nunca se concretizava, até que estando já com 30 anos de idade, finalmente a notícia fora confirmada, agora era verdade, em quatro meses estaria realizando esse sonho.

Realmente foi difícil crer o que estava escrito naquele ingresso: “Pearl Jam – Pacaembu”

Curti cada momento do dia do primeiro show, a ida ao estádio, as pessoas dentro do metrô com camisas da banda, a descida da rua que dá acesso ao estádio, ver aquela legião de fãs caminhando ao encontro da melhor banda do mundo, só de lembrar me arrepio.

Enfim, naquela tarde chuvosa Eddie Vedder e Companhia pisam no palco, em poucos segundos voltei no tempo, viajei 14 anos atrás, e durante as 2 horas de show, essa máquina do tempo não parou de trabalhar, retornei a diversos lugares.

Já no cair da noite, ouço os primeiros acordes de “Black”, e ali abraçado, confesso que algumas lágrimas se misturaram com a chuva que caía em São Paulo.